sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Olhos iluminados por Jesus

Leitura Orante
Mt 9,27-31


Jesus saiu daquele lugar, e no caminho dois cegos começaram a segui-lo, gritando:
- Filho de Davi, tenha pena de nós!
Assim que Jesus entrou em casa, os cegos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Vocês crêem que eu posso curar vocês?
- Sim, senhor! Nós cremos! - responderam eles.
Jesus tocou nos olhos deles e disse:
- Então que seja feito como vocês crêem!
E os olhos deles ficaram curados. Aí Jesus ordenou com severidade:
- Não contem isso a ninguém!
Porém eles foram embora e espalharam as notícias a respeito de Jesus por toda aquela região.

A verdadeira cegueira

Esta narrativa da cura de dois cegos é uma duplicata, com algumas adaptações, da narrativa de Mt 20,29-34. Aqui, Mateus a insere no bloco de dez milagres, narrados em vista de iluminar e fortalecer a fé dos discípulos, preparando-os para o discurso apostólico, apresentado em seguida. Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, ou cristo, para restaurar a
glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do Judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por esta ideologia do poder. Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem. Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas. A advertência final para manter segredo, um tanto quanto impossível, sugere a prática de Jesus em não exacerbar a imaginação popular, ansiosa por um messias grandioso e glorioso.

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