segunda-feira, 25 de julho de 2011

Posse Pe. Carlos Roberto Nogueira: Segue na integra a Homilia de Dom Carmelo Scampa, na Missa de Posse do Pe Carlos, em 17-07-2011


    Caríssimos Irmãos e Irmãs, a posse de um novo Pároco é sempre um momento de graça e algo de novo que Deus proporciona ao seu povo. Nenhum Padre é igual ao outro e todos trazem algo de peculiar que ajuda  a comunidade no seu crescimento espiritual.
     Pe Carlos Roberto não é desconhecido para Anicuns, é filho da cidade e já exerceu o Ministério de pároco por aqui. Quero agradecê-lo por ter aceito logo o pedido sem colocar condição, mas manifestando somente o desejo de servir a Igreja.
     A liturgia da Palavra desse XVI Domingo do tempo Comum me oferece a oportunidade de sublinhar alguns aspectos dos ministério do Padre dentro da Comunidade.
      Jesus é sempre muito realista e através de Parábolas nos abre os olhos. Não vamos esquecer depois de ter ouvido a Parábola do Joio e do Trigo que o Reino de Deus é ladeado e assaltado pelo mal e pelo maligno que semeia o que não presta, quer dizer uma comunidade pura, de santos não existe. Isso pede muita paciência para não estragar as pessoas e não fazer o trabalho de Deus. Não é raro sermos surpreendidos por pessoas que pareciam não prestar e de repente se convertem. Portanto é preciso dar tempo ao tempo e paciência!
    Quando Jesus fala da semente de Mostarda e do fermento nos transmite uma esperança profunda que deve animar  o serviço pastoral evitando todo e qualquer desânimo. Apesar do pequeno grão de mostarda e de fermento, o Reino vem infalivelmente. Nós somos simplesmente servos chamados a trabalhar, deixando a Deus o poder de fazer crescer a semente.
      Deus não precisa de protagonistas, mas sim de servos humildes e simples. A semente tem poder próprio e cresce independentemente das preocupações do agricultor.
       Uma das razões pelas quais me levou escolher Pe Carlos para Anicuns é a sua Humildade. Deus irá fazer o que você não será capaz de fazer, não tenha dúvida.
    Da primeira leitura (sabedoria 12) permite-me de evidenciar aspectos importantes para a maneira de exercer o ministério e de se relacionar com o povo. De Deus mesmo podemos  aprender os comportamentos a ser assumidos. Deus não domina ninguém, mas “julga com clemência e nos governa com grande consideração”. O povo não gosta do padre mandão, dominador, autoritário, mas sim daquele que sabe valorizar, acreditar nas pessoas, usando clemência, bondade, confiança. Santo Agostinho diria que vale mais um pingo de mel que um barril de vinagre.
Tratar bem as pessoas, visitar, escutar a todos e nunca dar sinais de impaciência. Procure ser a imagem viva do Cristo Bom Pastor que carrega a ovelha nos ombros.
É também bonito o que o texto sagrado diz: “O justo deve ser humano”. Não se assume o pastoreio mais fiel à lei rigorosa  do que a sensibilidade humana. Muitos vivem machucados, feridos, às vezes não encontram saídas em seus fracassos pessoais ou familiares. Ir aos pastores desumanos é o fim  da picada.
É o próprio Deus que nos diz “ o justo deve ser humano”. Seja como o  Cristo que não julga e condena ninguém, mas através da lógica do amor, da acolhida, da confiança, do diálogo, recupera a todos e oferece a todos o caminho da recuperação. Um Pastor que não é humano no exercício do seu Ministério mata as ovelhas, enquanto Jesus veio “fazer com que todos tenham vida e vida abundante”.
     Caríssimo Pe Carlos,  Deus te pede hoje um grande esforço Pastoral, depois das experiências adquiridas em Jandaia, Aurilândia, Cachoeira, Ivolândia e Moiporá. Seja um Padre que raciocina e age como Deus quer. Voltando as Parábolas que estamos lendo na liturgia destes últimos dois domingos lhe peço de usar o discernimento evangélico sempre. Como Jesus nos diz existem dualismos nos campos, no terreno, na semente, nos peixes...
      Sem discernimento a missão corre o risco de não ser entendida, de ser um projeto nosso, porque não se percebe o caráter ambivalente e divisório que introduz na história. O próprio discurso de montanha corre o risco de ser abstrato, teórico, uma doutrina moral... sem o discernimento evangélico.
     Educa o seu povo nesta direção e todos nós ganharemos. Não seja populista, preocupado em saber o que o povo fala de você. Procure somente agradar a Deus e ajudar todos a realizar seu projeto de vida.
    Que São Francisco de Assis, Padroeiro de Anicuns e São Luiz Gonzaga e a Mãe da Santa Esperança, Padroeiros da Diocese te acompanhem sempre.

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